Meningite tuberculosa
a importância da suspeição clínica
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v16.98Palavras-chave:
Tuberculose meníngea, Mycobacterium tuberculosis, Tuberculose latente, Fatores de risco, ImunossupressãoResumo
Introdução:
A meningite tuberculosa é rara, mas potencialmente grave e o seu diagnóstico representa um enorme desafio.
Caso clínico:
Indivíduo do sexo masculino, 86 anos, com antecedentes de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e polimialgia reumática, sob terapêutica com corticoide sistémico e metotrexato. Recorreu ao Serviço de Urgência por quadro de alucinações visuais. Não apresentava alterações ao exame objetivo ou alterações analíticas de relevo e a tomografia computadorizada cranioencefálica revelou apenas atrofia cortical, tendo tido alta e sido encaminhado para consulta de Neurologia, por suspeita de síndrome demencial. Por manutenção da sintomatologia dois dias depois, associada a febre e subida dos parâmetros inflamatórios, ficou internado, tendo sido detetado Mycobacterium tuberculosis, por biologia molecular, no líquido cefalorraquídeo. Iniciou terapêutica antibacilar quádrupla, associada a dexametasona e suspendeu a toma de metotrexato, apresentando evolução clínica favorável.
Discussão:
No caso evidenciado, a presença de vários fatores de risco para imunossupressão levou à suspeição clínica, permitindo o diagnóstico e início precoce do tratamento, o que contribuiu para o bom prognóstico. A pesquisa e tratamento de tuberculose latente previamente ao início de terapêutica imunossupressora permite evitar complicações potencialmente fatais decorrentes da reativação do Mycobacterium tuberculosis.
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Direitos de Autor (c) 2021 Filipa Bacalhau Lima, P. Costa, F. Carreiro, M. Rocha, A. Prisca, L. Dias (Autor)

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