Meningite tuberculosa

a importância da suspeição clínica

Autores

  • Filipa Bacalhau Lima Interna de Formação Especifica de Medicina Interna, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor
  • P. Costa Interna de Formação Especifica de Medicina Interna, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor
  • F. Carreiro Assistente Hospitalar de Medicina Interna, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor
  • M. Rocha Assistente Graduada de Medicina Interna, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor
  • A. Prisca Assistente Hospitalar de Doenças Infeciosas, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor
  • L. Dias Assistente Graduado Sénior de Medicina Interna, no Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v16.98

Palavras-chave:

Tuberculose meníngea, Mycobacterium tuberculosis, Tuberculose latente, Fatores de risco, Imunossupressão

Resumo

Introdução:
A meningite tuberculosa é rara, mas potencialmente grave e o seu diagnóstico representa um enorme desafio.

Caso clínico:
Indivíduo do sexo masculino, 86 anos, com antecedentes de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e polimialgia reumática, sob terapêutica com corticoide sistémico e metotrexato. Recorreu ao Serviço de Urgência por quadro de alucinações visuais. Não apresentava alterações ao exame objetivo ou alterações analíticas de relevo e a tomografia computadorizada cranioencefálica revelou apenas atrofia cortical, tendo tido alta e sido encaminhado para consulta de Neurologia, por suspeita de síndrome demencial. Por manutenção da sintomatologia dois dias depois, associada a febre e subida dos parâmetros inflamatórios, ficou internado, tendo sido detetado Mycobacterium tuberculosis, por biologia molecular, no líquido cefalorraquídeo. Iniciou terapêutica antibacilar quádrupla, associada a dexametasona e suspendeu a toma de metotrexato, apresentando evolução clínica favorável.

Discussão:
No caso evidenciado, a presença de vários fatores de risco para imunossupressão levou à suspeição clínica, permitindo o diagnóstico e início precoce do tratamento, o que contribuiu para o bom prognóstico. A pesquisa e tratamento de tuberculose latente previamente ao início de terapêutica imunossupressora permite evitar complicações potencialmente fatais decorrentes da reativação do Mycobacterium tuberculosis.

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Publicado

2021-05-01

Edição

Secção

Relatos de Casos Clínicos

Como Citar

Lima, F. B., Costa, P., Carreiro, F., Rocha, M., Prisca, A., & Dias, L. (2021). Meningite tuberculosa: a importância da suspeição clínica. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 16(2), 86-89. https://doi.org/10.65332/rpdi.v16.98