Infeção por Bactérias Produtoras de β-Lactamases de Espectro Estendido em Pacientes com Colecistite Aguda Submetidos a Cirurgia

Autores

  • João Miguel Carvas Serviço de Cirurgia Geral, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portuga Autor
  • Ana Rodrigues Serviço de Cirurgia Geral, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor
  • Júlia Granda Serviço de Cirurgia Geral, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor
  • Diego Perez Serviço de Cirurgia Geral, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor
  • Madalena Alves Serviço de Patologia Clínica, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor
  • Cristina Nunes GCL-PPCIRA, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor
  • Pelicano Borges Serviço de Cirurgia Geral, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Portugal Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v16.95

Palavras-chave:

ESBL, Colecistectomia, Microbiologia, Colecistite aguda

Resumo

Introdução:
A colecistite aguda (CA) pode levar a infeções retrógradas da via biliar. O seu tratamento é primariamente cirúrgico, mas o uso inicial de antibióticos é recomendado para todos os graus de gravidade. O crescente isolamento de estirpes bacterianas resistentes aos antibióticos mais utilizados torna essencial a compreensão do perfil microbiológico nesta patologia.

Métodos:
Foram analisados retrospetivamente os processos dos pacientes submetidos a colecistectomia urgente por colecistite aguda no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Bragança, no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2017.

Resultados:
Neste período foram realizadas 259 colecistectomias por colecistite aguda. A maioria dos doentes era do sexo masculino (~60%) com uma mediana de idade de 73 anos (variação: 19-98 anos). Quanto a comorbilidades, 21,4% dos pacientes apresentavam diabetes mellitus e mais de metade hipertensão arterial. Os valores de Índice de Comorbilidade de Charlson mostraram que 45% apresentavam valores iguais ou superiores a quatro. Foram colhidas amostras de líquido biliar em 45,4% dos doentes operados, com isolamentos de microrganismos em 51,7% destes. Foram isoladas vinte estirpes diferentes de bactérias, na sua maioria Gram-negativo (80,3%), nomeadamente Escherichia coli (45,5%), Enterobacter cloacae (10,6%) e Klebsiella pneumoniae (10,6%). Verificou-se o isolamento de bactérias produtoras de ESBL (ESBL+) em quatro doentes (6,6%), apenas um com infeção claramente associada aos cuidados de saúde. Para além destas, isolaram-se seis estirpes com resistências a fluroquinolonas e a cefalosporinas de 3.ª geração não-ESBL+. A presença de uma estirpe com resistência antibiótica alargada (ESBL+ ou não ESBL) associou-se a um tempo de internamento mais prolongado e a mais complicações no internamento.

Conclusão:
Existe uma elevada prevalência de CA na nossa instituição, com uma baixa incidência de isolamentos microbiológicos biliares de bactérias ESBL+. A sua baixa incidência não suporta a ideia de recomendar a sua cobertura de maneira empírica. Apesar disso, a presença de bactérias resistentes associou-se a tempos de internamento mais longos e mais complicações.

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Publicado

2021-05-01

Como Citar

Carvas, J. M., Rodrigues, A., Granda, J., Perez, D., Alves, M., Nunes, C., & Borges, P. (2021). Infeção por Bactérias Produtoras de β-Lactamases de Espectro Estendido em Pacientes com Colecistite Aguda Submetidos a Cirurgia. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 16(2), 67-75. https://doi.org/10.65332/rpdi.v16.95