Rastreio serológico da hepatite A numa consulta do viajante

experiência do Hospital Garcia de Orta

Autores

  • Ana Catarina Guerra Interna em Formação Específica de Infecciologia Autor
  • Maria João Aleixo Assistente Hospitalar Graduada em Infecciologia Autor
  • Cristina Varela Enfermeira da Consulta do Viajante – Consulta Externa Autor
  • Isabel Remédios Enfermeira da Consulta do Viajante – Consulta Externa Autor
  • Rita Nóbrega Enfermeira da Consulta do Viajante – Consulta Externa Autor
  • Ana Lemos Assistente Hospitalar Graduada de Patologia Clínica – Laboratório de Imunologia Autor
  • Maria João Aguas Chefe de Serviço de Infecciologia Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v11.8

Palavras-chave:

hepatite A, vacina, rastreio serológico

Resumo

Introdução:
A prevalência da hepatite A varia com as condições socioeconómicas e sanitárias. Em Portugal, nos últimos 35 anos, a seroprevalência global diminuiu e sofreu um desvio para faixas etárias mais elevadas.

Objetivo:
Definir a adequabilidade dos preditores de imunidade para hepatite A (IgG-VHA+) conhecidos e analisar a efetividade da análise serológica prévia à vacinação.

Métodos:
Analisou-se retrospetivamente a prevalência de IgG-VHA+ numa amostra de viajantes que recorreu à consulta entre 2010-2015. Rastrearam-se indivíduos com indicação para imunização contra a hepatite A, assintomáticos e com ≥1 critérios: ≥40 anos, naturalidade ou estadia prolongada em países endémicos ou vacinação prévia com esquemas irregulares. Avaliou-se a associação estatística entre fatores demográficos, epidemiológicos e laboratoriais.

Resultados:
Incluíram-se 271 viajantes, com idade média de 42,7 anos, dos quais 55,7% do sexo masculino; 35,8% eram oriundos de países endémicos para hepatite A; 17,0% tinham exposição prévia à vacina. Obteve-se IgG-VHA+ em 73,1%. Verificou-se associação com significado estatístico entre IgG-VHA+, origem em países endémicos (p=0,002) e ≥50 anos (p=0,004).

Conclusões:
Nesta amostra, ≥50 anos e origem em países endémicos são preditores de imunidade para a hepatite A, parecendo ser vantajoso pesquisar IgGVHA antes de recomendar a vacinação neste grupo. São necessários mais estudos de seroprevalência em Portugal para atualizar indicações da vacina e rastreio serológico prévio.

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Publicado

2015-09-01

Como Citar

Guerra, A. C., Aleixo, M. J., Varela, C., Remédios, I., Nóbrega, R., Lemos, A., & Aguas, M. J. (2015). Rastreio serológico da hepatite A numa consulta do viajante: experiência do Hospital Garcia de Orta. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 11(3), 95-101. https://doi.org/10.65332/rpdi.v11.8