Rastreio serológico da hepatite A numa consulta do viajante
experiência do Hospital Garcia de Orta
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v11.8Palavras-chave:
hepatite A, vacina, rastreio serológicoResumo
Introdução:
A prevalência da hepatite A varia com as condições socioeconómicas e sanitárias. Em Portugal, nos últimos 35 anos, a seroprevalência global diminuiu e sofreu um desvio para faixas etárias mais elevadas.
Objetivo:
Definir a adequabilidade dos preditores de imunidade para hepatite A (IgG-VHA+) conhecidos e analisar a efetividade da análise serológica prévia à vacinação.
Métodos:
Analisou-se retrospetivamente a prevalência de IgG-VHA+ numa amostra de viajantes que recorreu à consulta entre 2010-2015. Rastrearam-se indivíduos com indicação para imunização contra a hepatite A, assintomáticos e com ≥1 critérios: ≥40 anos, naturalidade ou estadia prolongada em países endémicos ou vacinação prévia com esquemas irregulares. Avaliou-se a associação estatística entre fatores demográficos, epidemiológicos e laboratoriais.
Resultados:
Incluíram-se 271 viajantes, com idade média de 42,7 anos, dos quais 55,7% do sexo masculino; 35,8% eram oriundos de países endémicos para hepatite A; 17,0% tinham exposição prévia à vacina. Obteve-se IgG-VHA+ em 73,1%. Verificou-se associação com significado estatístico entre IgG-VHA+, origem em países endémicos (p=0,002) e ≥50 anos (p=0,004).
Conclusões:
Nesta amostra, ≥50 anos e origem em países endémicos são preditores de imunidade para a hepatite A, parecendo ser vantajoso pesquisar IgGVHA antes de recomendar a vacinação neste grupo. São necessários mais estudos de seroprevalência em Portugal para atualizar indicações da vacina e rastreio serológico prévio.
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Direitos de Autor (c) 2015 Ana Catarina Guerra, Maria João Aleixo, Cristina Varela, Isabel Remédios, Rita Nóbrega, Ana Lemos, Maria João Aguas (Autor)

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