Espondilodiscite tuberculosa
um caso atípico de delirium hipoativo
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.77Palavras-chave:
Tuberculose, tuberculose extrapulmonar, Espondilodiscite tuberculosa, delirium, “Mal de Pott”Resumo
Introdução:
Um delirium hipoativo é uma causa frequente de vinda ao serviço de urgência (SU) e está habitualmente associado a infeções, principalmente nos idosos. As doenças crónicas e indolentes devem ser sempre consideradas neste grupo de doentes.
Caso clínico:
Uma mulher caucasiana de 80 anos recorreu ao SU com quadro de febre e alteração do estado de consciência com duração de três semanas associado a um quadro de seis meses de dor lombar, astenia e anorexia. Após avaliação inicial, a doente foi internada na enfermaria com diagnóstico de pielonefrite não complicada. Contudo, a doente apresentou agravamento clínico apesar da antibioterapia dirigida. Após exclusão de infeção do sistema nervoso central, foi realizada uma tomografia computorizada toraco-abdomino-pélvica (com avaliação da coluna vertebral), tendo revelado uma alteração estrutural dos corpos vertebrais de D12 e L1, sugestiva de espondilodiscite tuberculosa. Após confirmação de diagnóstico por biópsia óssea, a doente iniciou tratamento antituberculoso com melhoria rápida do quadro.
Conclusão:
Uma resposta desfavorável de um delirium hipoativo deve suscitar uma investigação aprofundada de forma a encontrar o fator etiológico. O diagnóstico de espondilodiscite tuberculosa pode ser desafiante, pois a apresentação inicial costuma cursar com dor lombar, que é normalmente associada a patologia osteoarticular degenerativa. É importante considerar esta patologia na presença de metástases espinhais ou fraturas patológicas.
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Direitos de Autor (c) 2019 Inês Sala, Ricardo Cleto Marinho, Catarina Castelo Branco, António Luis Lamas, Sérgio Lima, Fernanda Almeida (Autor)

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