Espondilodiscite tuberculosa

um caso atípico de delirium hipoativo

Autores

  • Inês Sala Nephrology Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor
  • Ricardo Cleto Marinho Internal Medicine Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor
  • Catarina Castelo Branco Internal Medicine Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor
  • António Luis Lamas Internal Medicine Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor
  • Sérgio Lima Internal Medicine Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor
  • Fernanda Almeida Internal Medicine Department, Oporto University Hospital Center, Oporto, Portugal Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.77

Palavras-chave:

Tuberculose, tuberculose extrapulmonar, Espondilodiscite tuberculosa, delirium, “Mal de Pott”

Resumo

Introdução:
Um delirium hipoativo é uma causa frequente de vinda ao serviço de urgência (SU) e está habitualmente associado a infeções, principalmente nos idosos. As doenças crónicas e indolentes devem ser sempre consideradas neste grupo de doentes.

Caso clínico:
Uma mulher caucasiana de 80 anos recorreu ao SU com quadro de febre e alteração do estado de consciência com duração de três semanas associado a um quadro de seis meses de dor lombar, astenia e anorexia. Após avaliação inicial, a doente foi internada na enfermaria com diagnóstico de pielonefrite não complicada. Contudo, a doente apresentou agravamento clínico apesar da antibioterapia dirigida. Após exclusão de infeção do sistema nervoso central, foi realizada uma tomografia computorizada toraco-abdomino-pélvica (com avaliação da coluna vertebral), tendo revelado uma alteração estrutural dos corpos vertebrais de D12 e L1, sugestiva de espondilodiscite tuberculosa. Após confirmação de diagnóstico por biópsia óssea, a doente iniciou tratamento antituberculoso com melhoria rápida do quadro.

Conclusão:
Uma resposta desfavorável de um delirium hipoativo deve suscitar uma investigação aprofundada de forma a encontrar o fator etiológico. O diagnóstico de espondilodiscite tuberculosa pode ser desafiante, pois a apresentação inicial costuma cursar com dor lombar, que é normalmente associada a patologia osteoarticular degenerativa. É importante considerar esta patologia na presença de metástases espinhais ou fraturas patológicas.

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Publicado

2019-05-01

Edição

Secção

Relatos de Casos Clínicos

Como Citar

Sala, I., Cleto Marinho, R., Castelo Branco, C., Luis Lamas, A., Lima, S., & Almeida, F. (2019). Espondilodiscite tuberculosa: um caso atípico de delirium hipoativo. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 15(2), 67-70. https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.77