Febre, granulomas e um diagnóstico diferencial fatal

Autores

  • Sílvia Balhana Interno de Formação Específica em Medicina Interna Autor
  • A. Soares Interno de Formação Específica em Medicina Interna Autor
  • S. Fernandes Interno de Formação Específica em Infeciologia Autor
  • R. Tavares Assistente Hospitalar de Doenças Infeciosas Autor
  • C. Noronha Consultor em Medicina Interna Autor
  • F. Araújo Consultor em Medicina Interna Autor
  • P. Rodrigues Consultor em Infeciologia Autor
  • J. Araújo Assistente Graduado Sénior em Medicina Interna Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.75

Palavras-chave:

Síndrome febril indeterminada, Tuberculose, Granulomatose eosinofílica com poliangeíte

Resumo

O diagnóstico diferencial entre patologias com assinatura granulomatosa nem sempre é linear. Apresentamos o caso de um homem de 78 anos com vasculite de Churg-Strauss, sob corticoterapia, que desenvolve uma síndrome febril com três semanas de evolução, sem sintomatologia focalizadora. Após investigação etiológica é detetado, em tomografia computorizada, presença de padrão miliar pulmonar de novo e prostatite abcedada, cuja anatomia patológica revelou prostatite granulomatosa com atividade de vasculite eosinofílica. Foi extensamente investigado com colheita de lavado broncoalveolar, secreções brônquicas, biópsias, análise de sangue e urina sempre com exame direto, pesquisa de ADN e exames culturais negativos para micobactérias nas múltiplas amostras orgânicas. Após consenso multidisciplinar, estes achados foram enquadrados em possível agudização de vasculite eosinofílica, tendo o doente permanecido assintomático sob incremento de corticoterapia até que, três meses depois, se apresenta com febre, alteração do estado de consciência e sinais meníngeos, culminando num desfecho desfavorável.

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Publicado

2019-05-01

Edição

Secção

Relatos de Casos Clínicos

Como Citar

Balhana, S., Soares, A., Fernandes, S., Tavares, R., Noronha, C., Araújo, F., Rodrigues, P., & Araújo, J. (2019). Febre, granulomas e um diagnóstico diferencial fatal. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 15(2), 56-61. https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.75