Febre persistente com hemoculturas negativas

Autores

  • Luís Flores Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor
  • H. Moreira Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor
  • M.J. Pinto Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor
  • C. Gomes Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor
  • C. Andrade Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor
  • F. Friões Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.72

Palavras-chave:

Endocardite, Válvula protésica, Coxiella burnetii, Febre persistente

Resumo

A síndrome febril persistente, sem causa etiológica aparente, pode constituir um desafio, mas a história clínica cuidada muitas vezes ajuda no diagnóstico. Apresentamos o caso de um homem de 73 anos, com endocardite de válvula protésica, após dois episódios de possível endocardite infeciosa, nos seis meses anteriores. As hemoculturas foram repetidamente negativas, assim como o ecocardiograma transtorácico. Os estudos serológicos para os agentes mais comuns eram negativos. Finalmente, o ecocardiograma transesofágico mostrou um abscesso periaórtico e foi identificado DNA de Coxiella burnetii no sangue periférico. No mesmo dia, iniciou-se uma associação de doxiciclina com lexofloxacina, tendo o doente melhorado sustentadamente. Foi proposta reintervenção para substituição da bioprótese valvular, mas, devido ao alto risco cirúrgico, optou-se por não submeter o doente a nova cirurgia. Ao fim de dois anos de antibioterapia, foram suspensos os fármacos, mantendo-se o doente em vigilância, sem sinais clínicos ou analíticos de recidiva. Este caso sublinha a importância de se identificar o agente de uma endocardite infeciosa, já que as recidivas são frequentes quando os antibióticos não são dirigidos ao agente em causa.

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Publicado

2019-01-01

Edição

Secção

Relatos de Casos Clínicos

Como Citar

Flores, L., Moreira, H., Pinto, M., Gomes, C., Andrade, C., & Friões, F. (2019). Febre persistente com hemoculturas negativas. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 15(1), 26-30. https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.72