Risco cardiovascular estimado em doente com VIH

Autores

  • Mariana Alves CHLN – Hospital Pulido Valente – Medicina III Autor
  • Marisa Araújo CHLN – Hospital Santa Maria – Serviço Doenças Infeciosas Autor
  • Daniela Lages CHLN – Hospital Santa Maria – Serviço Doenças Infeciosas Autor
  • Cláudia Silva CHLN – Hospital Santa Maria – Serviço Doenças Infeciosas Autor
  • Luís Caldeira CHLN – Hospital Santa Maria – Serviço Doenças Infeciosas Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.69

Palavras-chave:

VIH, risco cardiovascular, Terapia anti-retroviral, enfarte agudo do miocárdio, Doença cerebrovascular

Resumo

Introdução:
As recomendações atuais preconizam a avaliação do risco de doença cardiovascular (DCV) em pessoas que vivem com VIH de forma rotineira e regular, usando modelos convencionais de predição de risco. No entanto, os calculadores de risco desenvolvidos na população geral podem ser imprecisos para estimar o risco de DCV em pessoas com VIH.

Objetivos:
O objetivo do estudo é avaliar o risco cardiovascular em pessoas com HIV utilizando diferentes calculadores de risco e comparar a ocorrência estimada e real de eventos cardiovasculares.

Métodos:
Estudo longitudinal em pessoas com VIH com idades entre os 30 e os 75 anos, que frequentam consulta hospitalar num hospital terciário. Dados coletados a partir dos registos médicos durante um período de 5 anos. Os algoritmos de risco clínico (Framingham, modelo D:A:D completo e reduzido) foram calculados e comparados com a ocorrência real de eventos cardiovasculares durante o período de seguimento.

Resultados:
Oitenta e sete pessoas com VIH foram incluídas; a mediana de idade foi de 44 anos, sendo 60,9% do sexo masculino. A mediana do risco foi de 2% para o score de Framingham, 3% para D:A:D completo e 2% para o D:A:D reduzido. Seis doentes (6,9%) apresentaram eventos cardiovasculares. A equação de Framingham apresenta uma forte correlação com o modelo completo D:A:D e correlação muito forte com o modelo D:A:D reduzido; os modelos D:A:D completo e reduzido apresentam uma correlação muito forte entre si.

Conclusão:
Os calculadores de risco cardiovascular subestimaram o risco cardiovascular nesta população (6,9% vs 2,5-3,5%), embora as três pontuações apresentem uma correlação muito boa entre si.

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Publicado

2019-01-01

Como Citar

Alves, M., Araújo, M., Lages, D., Silva, C., & Caldeira, L. (2019). Risco cardiovascular estimado em doente com VIH. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 15(1), 7-11. https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.69