Risco cardiovascular estimado em doente com VIH
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v15.69Palavras-chave:
VIH, risco cardiovascular, Terapia anti-retroviral, enfarte agudo do miocárdio, Doença cerebrovascularResumo
Introdução:
As recomendações atuais preconizam a avaliação do risco de doença cardiovascular (DCV) em pessoas que vivem com VIH de forma rotineira e regular, usando modelos convencionais de predição de risco. No entanto, os calculadores de risco desenvolvidos na população geral podem ser imprecisos para estimar o risco de DCV em pessoas com VIH.
Objetivos:
O objetivo do estudo é avaliar o risco cardiovascular em pessoas com HIV utilizando diferentes calculadores de risco e comparar a ocorrência estimada e real de eventos cardiovasculares.
Métodos:
Estudo longitudinal em pessoas com VIH com idades entre os 30 e os 75 anos, que frequentam consulta hospitalar num hospital terciário. Dados coletados a partir dos registos médicos durante um período de 5 anos. Os algoritmos de risco clínico (Framingham, modelo D:A:D completo e reduzido) foram calculados e comparados com a ocorrência real de eventos cardiovasculares durante o período de seguimento.
Resultados:
Oitenta e sete pessoas com VIH foram incluídas; a mediana de idade foi de 44 anos, sendo 60,9% do sexo masculino. A mediana do risco foi de 2% para o score de Framingham, 3% para D:A:D completo e 2% para o D:A:D reduzido. Seis doentes (6,9%) apresentaram eventos cardiovasculares. A equação de Framingham apresenta uma forte correlação com o modelo completo D:A:D e correlação muito forte com o modelo D:A:D reduzido; os modelos D:A:D completo e reduzido apresentam uma correlação muito forte entre si.
Conclusão:
Os calculadores de risco cardiovascular subestimaram o risco cardiovascular nesta população (6,9% vs 2,5-3,5%), embora as três pontuações apresentem uma correlação muito boa entre si.
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Direitos de Autor (c) 2019 Mariana Alves, Marisa Araújo, Daniela Lages, Cláudia Silva, Luís Caldeira (Autor)

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