BCGite, uma complicação rara do tratamento intravesical com bacilo de Calmette-Guérin

Autores

  • Maria Ana Canelas Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Pedro Salvador Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Ana Rita Amorim Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Ana Rita Barbosa Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Marina Reis Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Filipa Borges Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Sara Beça Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Antónia Furtado Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Olga Gonçalves Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor
  • Margarida Mota Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.64

Palavras-chave:

BCG intravesical, neoplasia da bexiga, BCGite disseminada

Resumo

Introdução:
O carcinoma vesical é a sétima neoplasia mais frequente em Portugal. Inicialmente produzido como uma vacina contra a tuberculose, o bacilo de Calmette-Guérin (BCG), uma estirpe viva e atenuada de Mycobacterium bovis, tem sido amplamente usado na imunoterapia nas últimas décadas. Constitui a base do tratamento da neoplasia vesical. Os efeitos secundários estão presentes em 5% dos casos.

Caso clínico:
Homem caucasiano de 73 anos com carcinoma de células de transição de alto grau, tratado desde há um ano com BCG intravesical. Apresentou-se no serviço de urgência com febre e arrepios, com duas semanas de evolução. A investigação realizada apoiou o diagnóstico de BCGite com disseminação sistémica. Iniciou então tratamento com antituberculosos, com melhoria, tanto clínica como analítica.

Conclusão:
A terapêutica com BCG é segura, contudo, apesar de rara, a BCGite deve ser um diagnóstico diferencial a considerar neste grupo de doentes. A disseminação é rara e resulta, provavelmente, da combinação de infeção direta com reação de hipersensibilidade, o que explica a baixa rentabilidade do estudo microbiológico. A abordagem terapêutica não é consensual; contudo, em casos graves recomenda-se o início imediato de antituberculosos e corticosteroides por via endovenosa.

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Publicado

2018-09-01

Edição

Secção

Relatos de Casos Clínicos

Como Citar

Canelas, M. A., Salvador, P., Amorim, A. R., Barbosa, A. R., Reis, M., Borges, F., Beça, S., Furtado, A., Gonçalves, O., & Mota, M. (2018). BCGite, uma complicação rara do tratamento intravesical com bacilo de Calmette-Guérin. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 14(3), 111-116. https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.64