BCGite, uma complicação rara do tratamento intravesical com bacilo de Calmette-Guérin
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.64Palavras-chave:
BCG intravesical, neoplasia da bexiga, BCGite disseminadaResumo
Introdução:
O carcinoma vesical é a sétima neoplasia mais frequente em Portugal. Inicialmente produzido como uma vacina contra a tuberculose, o bacilo de Calmette-Guérin (BCG), uma estirpe viva e atenuada de Mycobacterium bovis, tem sido amplamente usado na imunoterapia nas últimas décadas. Constitui a base do tratamento da neoplasia vesical. Os efeitos secundários estão presentes em 5% dos casos.
Caso clínico:
Homem caucasiano de 73 anos com carcinoma de células de transição de alto grau, tratado desde há um ano com BCG intravesical. Apresentou-se no serviço de urgência com febre e arrepios, com duas semanas de evolução. A investigação realizada apoiou o diagnóstico de BCGite com disseminação sistémica. Iniciou então tratamento com antituberculosos, com melhoria, tanto clínica como analítica.
Conclusão:
A terapêutica com BCG é segura, contudo, apesar de rara, a BCGite deve ser um diagnóstico diferencial a considerar neste grupo de doentes. A disseminação é rara e resulta, provavelmente, da combinação de infeção direta com reação de hipersensibilidade, o que explica a baixa rentabilidade do estudo microbiológico. A abordagem terapêutica não é consensual; contudo, em casos graves recomenda-se o início imediato de antituberculosos e corticosteroides por via endovenosa.
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Direitos de Autor (c) 2018 Maria Ana Canelas, Pedro Salvador, Ana Rita Amorim, Ana Rita Barbosa, Marina Reis, Filipa Borges, Sara Beça, Antónia Furtado, Olga Gonçalves, Margarida Mota (Autor)

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