Infeção e colonização por Staphylococcus aureus meticilino- -resistente numa enfermaria de Medicina Interna

Autores

  • Filipa Quaresma Centro Hospitalar Lisboa Central – Unidade Funcional Medicina 1.2. Lisboa, Portugal Autor
  • Sofia Furtado Centro Hospitalar Lisboa Central – Unidade Funcional Medicina 1.2. Lisboa, Portugal Autor
  • Liliana Dias Centro Hospitalar Lisboa Central – Unidade Funcional Medicina 1.2. Lisboa, Portugal Autor

DOI:

https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.62

Palavras-chave:

infeção por MRSA, colonização por MRSA, Portugal, Medicina Interna, medidas de prevenção

Resumo

Objetivo:
Caracterizar a infeção e colonização por Staphylococcus aureus meticilino-resistente numa enfermaria de Medicina Interna e identificar os fatores de risco para a sua aquisição.

Métodos:
Estudo observacional retrospetivo dos isolamentos de MRSA numa enfermaria de Medicina Interna entre 2012 e 2014. A informação foi obtida através da base de dados do Departamento de Controlo de Infeção e do processo clínico hospitalar.

Resultados:
Houve 56 isolamentos em 4908 admissões (1,1%), com incidência decrescente ao longo dos anos. A idade média foi de 77±10.94 anos, 64% do género masculino e 52% eram dependentes nas atividades de vida diária. Apresentavam numerosas comorbilidades e fatores de risco para a infeção por MRSA: 48% tinham realizado antibióticos, 63% foram hospitalizados nos 6 meses precedentes, 13% tinham uma cultura prévia positiva para MRSA e 88% apresentavam dispositivos médicos. O tempo médio entre a admissão e o isolamento de MRSA foi inferior a 5 dias em 25% dos casos e 20% dos isolamentos consideraram-se colonizações. Nos casos de infeção (n=45), a duração média de tratamento foi de 9.3±8.11 dias, com uma taxa de cura de 46% (n=21). O isolamento de MRSA associou-se a uma demora média superior (44.1±42.23 vs. 10.8±13.5, p<0.001) e a maior mortalidade intra-hospitalar (30% vs. 9%, p<0.001). A mortalidade aos 30 dias foi de 43% (n=24) e de 59% (n=33) aos 6 meses. Seis casos (11%) tiveram re-infeção por MRSA.

Conclusão:
Este trabalho revelou uma incidência decrescente de casos com isolamento por MRSA na nossa enfermaria. A infeção por MRSA esteve associada a internamentos mais prolongados e a maior mortalidade, quer a curto, quer a longo prazo, o que evidencia a importância de medidas de prevenção eficazes.

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Publicado

2018-09-01

Como Citar

Quaresma, F., Furtado, S., & Dias, L. (2018). Infeção e colonização por Staphylococcus aureus meticilino- -resistente numa enfermaria de Medicina Interna. Revista Portuguesa De Doenças Infecciosas (RPDI), 14(3), 99-105. https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.62