Febre, cardiopatia congénita e muitas surpresas
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v14.60Palavras-chave:
abcesso cerebral, cardiopatia congénita, Streptococcus intermediusResumo
Introdução:
Os abcessos cerebrais são raros na idade pediátrica. Podem ocorrer por extensão direta de outras infeções ou por disseminação hematogénea. As cardiopatias congénitas cianóticas são um fator de risco conhecido para abcesso cerebral.
Descrição:
Adolescente de 13 anos, com cardiopatia congénita cianótica complexa internada por febre, vómitos e cefaleia frontal com rigidez da nuca, sem défices neurológicos focais. Analiticamente, leucócitos 17,9x10^3/uL (87,2% neutrófilos); PCR 8,11mg/dL. Liquor com incontáveis células, predomínio polimorfonucleares, hiperproteinorráquia (230mg/dL) e hipoglicorráquia (34mg/dL). Admitiu-se meningite bacteriana e iniciou ceftriaxone e vancomicina, mas a TC-CE identificou abcesso cerebral piogénico. Exames culturais do liquor e sangue negativos, mas o DNA bacteriano no liquor identificou Streptococus intermedius. Realizou 6 semanas de antibioterapia com evolução favorável.
Comentários:
Num doente com cardiopatia congénita cianótica com cefaleia não deve ser esquecida a possibilidade de abcesso cerebral. As novas técnicas de biologia molecular permitem identificar agentes não detetados por meios de cultura habituais.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2018 R. Coelho, A. M. Miranda, M. J. Brito, P. Correia (Autor)

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
