Toxoplasmose cerebral
casuística de 14 anos de um serviço de doenças infecciosas
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v12.19Palavras-chave:
Toxoplasmose cerebral, SIDA, infeções do sistema nervoso centralResumo
Introdução:
A toxoplasmose cerebral (TC) é uma doença infecciosa oportunista, comum em indivíduos com síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA), estando os doentes com linfócitos T CD4+ <100 céls/μL em maior risco.
Métodos:
Estudo retrospetivo dos doentes admitidos num Serviço de Doenças Infecciosas de 2000 a 2013 com o diagnóstico de TC.
Resultados: Identificados 41 doentes, 80,5% homens, com idade média de 42,6 anos. Todos estavam infetados por VIH e, em cerca de metade (51,2%) este diagnóstico era de novo. Hemiparésia (24,4%), febre (19,5%), cefaleias (19,5%), convulsões (17,1%) e alteração do estado de consciência (17,1%) foram as manifestações clínicas mais frequentes. A maioria (97,4%) era IgG+ e IgM- para Toxoplasma e 73,2% tinha lesões cerebrais múltiplas. Os principais diagnósticos diferenciais foram: abcesso (17,1%), metastização (17,1%) e linfoma (12,2%). Cerca de metade (45%) dos doentes com diagnóstico prévio de infeção por VIH não estavam sob terapêutica e, em 25%, esta era irregular. A média de linfócitos CD4+ foi 55,5 cél/μl. A maioria (80%) não estava sob profilaxia para a toxoplasmose. A primeira opção terapêutica foi sulfadiazina e pirimetamina em 73,2% dos casos. A média de dias de internamento foi 60,1. A evolução foi favorável em 97,6%.
Conclusão:
A TC atingiu, maioritariamente, indivíduos jovens e com imunossupressão grave, condicionando um tempo de internamento prolongado e uma mortalidade inferior à de outras séries.
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Direitos de Autor (c) 2016 R. Jorge, C. Ventura, J. Saraiva da Cunha, António Meliço-Silvestre (Autor)

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