Micoses endémicas em doentes sob imunomoduladores
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v11.12Palavras-chave:
histoplasmose, blastomicose, coccidioidomicose, imunomoduladores, anti-TNFαResumo
No arsenal terapêutico das doenças inflamatórias os imunomoduladores, dos quais se destacam os inibidores do fator de necrose tumoral alfa (anti-TNFα), em monoterapia ou em associação, são cada vez mais prescritos, com indelével vantagem para os doentes. A terapêutica com inibidores do TNFα, especialmente se em associação com outros imunomoduladores, apresenta risco acrescido de infeção granulomatosa, nomeadamente por fungos endémicos. Dentro destes, destaca-se a infeção por Histoplasma capsulatum. O Histoplasma, Blastomyces e Coccidioides spp, os três principais fungos endémicos, têm localização restrita a zonas da América do Norte e Central, áreas da África subsariana, Médio Oriente e Índia, causando doença essencialmente pulmonar. Nos hospedeiros sob imunomoduladores a infeção tende a ser grave e as manifestações inespecíficas, pulmonares, extrapulmonares ou disseminadas. A inespecificidade de sintomas contribui para que a infeção fúngica não seja diagnosticada, ou o seja tardiamente, com implicações na evolução e desfecho clínico. A doença é ainda de mais difícil diagnóstico em áreas não endémicas, onde é raramente observada. Contudo, devido à elevada mobilidade populacional é necessário estar atento ao potencial risco epidemiológico de micose endémica nos doentes sob terapêutica imunomoduladora. A abordagem dos doentes que desenvolvem infeção fúngica endémica sob terapêutica com inibidores do TNFα pressupõe implementação precoce de antifúngicos e a suspensão do inibidor do TNFα. Dos casos descritos na literatura mais de 98% surgiram em doentes sob associação de imunomoduladores, mais frequentemente em doentes tratados com infliximab. A duração da terapêutica antifúngica, a retoma de imunossupressores e as medidas preventivas da infeção fúngica endémica são também abordadas.
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