Mycobacterium gordonae, um caso clínico de infeção num imunocompetente
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v18.114Palavras-chave:
M.gordonae, Imunocompetente, Conglomerados adenopáticosResumo
Introdução:
Mycobacterium gordonae, uma das micobactérias menos patogénicas para o homem, é na maioria dos casos considerada um contaminante. A sua infeção ocorre mais frequentemente em indivíduos imunocomprometidos.
Caso clínico:
Homem, caucasiano, 71 anos. Em maio de 2019 iniciou náuseas, febre e dor abdominal em cinturão. Medicado com piperacilina/tazobactam e clindamicina, apresentou melhoria sintomática. O estudo imagiológico mostrou próximo do tronco celíaco uma formação compatível com conglomerado adenopático, que se estendia até à região hilar hepática, cabeça e istmo pancreático. Realizou biópsia laparoscópica e citologia aspirativa do conglomerado adenopático retroperitoneal e tecido pancreático, que foi negativa para células malignas, fungos e bacilos álcool-ácido-resistentes. A polimerase chain reaction (PCR) para Mycobacterium gordonae foi positiva. Em outubro de 2019, realizou nova endoscopia digestiva alta que evidenciou abaulamento do antro gástrico por uma massa extragástrica, sendo realizadas biópsias. Os exames direto e cultural foram negativos para bactérias, fungos e micobactérias. PCR para M. tuberculosis e micobactérias não tuberculosas foram negativas. Iniciou terapêutica com rifabutina, etambutol e levofloxacina. A tomografia computorizada (TC) abdominal de maio de 2021 mostrou que os conglomerados adenopáticos tinham reduzido significativamente de tamanho.
Discussão:
O tratamento para M.gordonae ainda não está bem definido. Neste caso, rifabutina, etambutol e levofloxacina demonstraram eficácia.
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Direitos de Autor (c) 2023 Sara Pocinho, Lia Bastos, João Domingos, Sara Casanova, Susana Peres (Autor)

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