Comparação entre registos anteriores de Teste Tuberculínico e “Interferon Gamma Release Assay” atual em profissionais de saúde expostos em contexto hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v17.106Palavras-chave:
Teste de Sensibilidade à Tuberculina, Interferon-Gamma Release Assays, Infeção por Tuberculose LatenteResumo
Introdução:
A tuberculose é uma das doenças infeciosas mais antigas e é uma causa de morte importante em todo o mundo. Portugal é atualmente classificado como de baixa incidência (< 20 casos/100 000 habitantes). Não obstante, os profissionais de saúde têm um risco de exposição aumentado a tuberculose. Sempre que existe uma exposição de alto risco, deve proceder-se a rastreio de contactos e exclusão de doença ativa, seguida de avaliação de tuberculose latente. Para essa avaliação, os testes mais utilizados são o teste de sensibilidade à tuberculina (TST) e o teste de libertação de interferão gama (Interferon Gamma Release Assay (IGRA)).
Objetivos:
Realizar uma análise retrospetiva e de concordância entre os resultados do IGRA (QuantiFERON-TB Gold®) e o registo prévio de TST num Centro Hospitalar Terciário. Realizar uma avaliação epidemiológica de tuberculose latente dos profissionais de saúde.
Métodos:
Foram recrutados os profissionais de saúde que tiveram exposição de alto risco de acordo com a definição adotada pela DGS. Destes, foram elegíveis aqueles que tinham evidência de ter feito um TST anterior à exposição em causa e que foram avaliados com IGRA.
Resultados:
Em 2017 e 2018 foram avaliados 344 profissionais de saúde e 92 reuniram critérios de inclusão. A idade média foi de 42,85 +/- 9,16 anos, sendo a maioria do género feminino (75%). Em 60,9% dos casos o resultado prévio de TST era positivo; no entanto, quando avaliada a resposta imune com IGRA, apenas 15,2% foram positivos. Efetuámos testes de concordância estatística que encontraram baixa relação entre TST e IGRA, quando se considera TST positivo se o diâmetro da induração for superior a 10 mm e quando se considera com diâmetro superior a 15 mm. A mesma baixa relação aconteceu quando considerada a distância temporal entre os testes.
Conclusões:
Não se encontraram estudos que tenham seguido esta metodologia. No nosso estudo, quer com IGRA, quer com TST, a prevalência de testes positivos foi superior à esperada para um país de baixa incidência. A concordância entre os dois testes foi fraca, não existindo uma relação entre os resultados.
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Direitos de Autor (c) 2022 Alexandre Afonso, J. Silva, V. Pinheiro, R. Silva, V. Pacheco, T. Rodrigues, I. Antunes, A. Ferreira (Autor)

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