Controladores de elite
Um caminho para a cura funcional da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana?
DOI:
https://doi.org/10.65332/rpdi.v11.10Palavras-chave:
Controladores de Elite, VIH, ImunologiaResumo
Na maioria dos infetados por vírus da imunodeficiência humana (VIH), sem intervenção terapêutica, a replicação viral levará à depleção dos linfócitos T-CD4, à imunodeficiência e à morte. Mas num grupo de doentes apelidados Controladores de Elite (CE), a replicação viral é naturalmente controlada para níveis que são indetetáveis pelos testes laboratoriais padronizados. Esta capacidade notável está atualmente no centro dos esforços para identificar correlações imunitárias de proteção contra VIH. Dos mecanismos já investigados parecem ser especialmente importantes: (1) a infeção por variantes virais com baixo fitness replicativo; (2) o estabelecimento de um controlo eficiente da replicação viral pelo sistema imunitário logo após a primoinfeção; (3) a baixa taxa de translocação microbiana e de ativação imunitária com menor depleção de linfócitos T-CD4 (LT-CD4); (4) a presença de linfócitos citolíticos CD8 (LT-CD8) capazes de respostas mais rápidas, expressivas e polifuncionais, mais eficazes no controlo da infeção. Os estudos realizados até à data não tiveram sucesso em identificar uma característica comum em todos os CE. A investigação atual aponta para a existência de múltiplas variáveis envolvidas no controlo as quais dependem de fatores virais, genéticos e imunitários. Parece ser a interação entre estes diferentes fatores que estabelece o controlo de elite. Existe hoje um consenso científico de que a identificação de fatores específicos do hospedeiro e a compreensão das dinâmicas estabelecidas entre agente infetante e hospedeiro, podem fornecer informação crítica para o desenvolvimento de novas estratégias clínicas, que visem a indução de uma cura funcional para a infeção por VIH.
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